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O anivers�rio
A imortalidade de Renato Russo e sete anos sem Legi�o
Hoje n�o quero falar desta guerra imbecil entre Estados Unidos e Iraque, que j� vitimou in�meras vidas entre americanos, ingleses e iraquianos. Quero sim, falar sobre o cantor Renato Russo, que se vivo fosse, completaria no �ltimo dia 27 de mar�o, 43 anos.
Buscar a g�nese de um cl�ssico � t�o absurdo quanto acreditar que eles n�o s�o poss�veis... Argos, a Legi�o Urbana surgiu como um fen�meno apocal�ptico de sentido prof�tico, direcionou-se paulatinamente rumo a Barisfera; e tornou-se o exemplo de concreto de artistas e obras consagrados de alta categoria.
Sublimes musicistas, o grupo se manteve 12 anos nas paradas de sucesso, mas no dia 11 de outubro de 1996 o Legi�o teve sua trajet�ria interrompida pela morte do vocalista Renato Russo, decorr�ncia de complica��es da Aids, que descobrira em 1990.
O poeta, int�rprete e pensador pol�mico Renato Manfredini J�nior (o pseud�nimo Russo foi adotado em homenagem ao pensador franc�s Jean Jacques Rousseau), mesmo desaparecendo de nossa ambi�ncia f�sica foi imortalizado crivo de suas opini�es, impregnadas de tra�os que conformavam o imagin�rio das fra��es mais cr�ticas e indignadas (n�o obstante, menos rom�nticas) dos jovens brasileiros. Ser� sempre refer�ncia no quadro cultural dos anos 80 e 90.
Jornalista e professor de ingl�s, Renato nasceu no Rio de Janeiro em 27 de mar�o de 1960, morou por v�rios anos em Bras�lia e garantiu grande riqueza cultural em suas in�meras viagens pelo mundo. Leitor voraz acredita-se que a ampla bagagem cultural tida por ele tenha sido fator culminante para que ele se tornasse um elixir intelectual entre os roqueiros nacionais. Renato consagrou-se com suas instigantes, �s vezes, controversas vis�es de mundo; com suas multifacetadas experi�ncias de vida; com sua luta contra os excessos de droga e seu homossexualismo assumido, caracter�stica que delinearam, ao lado de uma genu�na rebeldia, o mito Renato Russo.
A Legi�o Urbana tornou-se uma verdadeira perip�cia, uma utopia! Conquistando mais e mais f�s. Jovens que t�m nas m�os as letras que tornaram-se hinos como Que pa�s � este; Pais e filhos, Tempo perdido, de uma gera��o que quer pensar a crise de nossa �poca e que deseja permanecer distante de todo dogmatismo. Espectadores de imagina��o alheia, que carregam a mesma convic��o, que se organizam, discutem, divergem, constroem e reconstroem id�ias, vontades, desejos, sonhos... como um grito de alarme que mostra a cara do Brasil.
No dia 11 de outubro, completar� sete anos da morte do c�lebre e egr�gio Renato Manfredini. Sete anos em que cessou um ciclo de fama, esplendor, obitu�rio... imortalidade! Sete anos de homenagem a um artista que conseguiu traduzir em letras inesquec�veis as aspira��es, as d�vidas, sonhos e utopias de uma gera��o. Os legados da Legi�o foram eternizados junto a Renato, Dado e Marcelo. A aus�ncia f�sica de Russo n�o conseguiu apagar a chama de seu inconformismo verbal e pr�tico, e de sua rebeldia diante das nostalgias e dos vazios imbu�dos em nossa sociedade.
O trabalho de Renato pode ser definido como um rico imagin�rio de inquieta��es, lutas e integridade art�stica que emergem em suas can��es. Ele acreditava que a arte era uma forma insubstitu�vel de conhecimento de nossos valores transcendentes.
A Legi�o estar� em n�s sempre. Gracejando o desejo primoroso de um cl�ssico, para ser admirado segundo a magn�fica complexidade de sua hist�ria, de sua poesia, de sua mensagem, de sua vida. Russo, Villa-Lobos e Bonf� fizeram um trabalho incessante que se expressa em ritmo e compasso musical, e celebra em versos a cultura, os sonhos, os anseios, a rebeldia de um povo que ainda acredita na constru��o de um pa�s simples, mas radicalmente humano.
Atrav�s de uma constante obstina��o, a Legi�o apresentou um audacioso trabalho que se expandiu � medida que sua incandesc�ncia foi conhecida. Criaram um o�sis musical, capaz de deixar cidad�os at�nitos e causar deslumbre aos olhos.
Ao ensejo, nesta data em que lembramos os 43 anos de Russo, nada melhor que um trecho c�lebre de Metal contra as nuvens: "... e nossa hist�ria n�o estar� pelo avesso assim; sem final feliz. Teremos coisas bonitas para contar e at� l� vamos viver. Temos muito ainda por fazer. N�o olhe pra tr�s, apenas come�amos. O mundo come�a agora,... apenas come�amos".
Salve, Renato Russo! O imortal.

* Paulo J. Rafael � jornalista, professor universit�rio e doutorando em Ci�ncias Pol�ticas e Administra��o P�blica pela AWU- American World University of Iow



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Toronto,
31/Mar�o/2003
Edi��o 774

ANO XXIII

   
   
    * Paulo J. Rafael
   Direto do Brasil
   

 

 

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