LEIA
 � UM GRANDE
   "BARRETE"
 � SANTO ANT�NIO
   E O P�O DOS POBRES
 � A LUTA CONTRA
   O S.A.R.S.
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UM GRANDE "BARRETE"
 
Tanto nos meteram medo com o Saddam, que alguns at� acreditaram .As armas de destrui��o eram afinal de distrac��o.

Depois de durante meses, termos sido bombardeados pelos media Americana e alguma das suas "sucursais" canadianas, com a hist�ria dum terr�vel Saddam Hussein possuidor dum ex�rcito terr�vel, armas qu�micas, nucleares e biol�gicas que constitu�a uma amea�a aos Estados Unidos e a todo o mundo, as tropas americanas entraram na capital do Iraque, no que pareceu mais uma parada militar do que uma guerra a s�rio. O le�o do Saddam, n�o passava afinal dum gato bravo.

Quanto �s armas de destrui��o em massa, nunca foram usadas nem ningu�m as viu, Enfim, um grande barrete, como diz o nosso povo.

A semana passada, falei com uma compatriota nossa, que me disse que tinha cancelado a sua viagem a Portugal, porque estava com medo da "Guerra do Iraque". Ela que pelo que me disse, passava grande parte do tempo a ver televis�o americana, especialmente a CNN, uma vez que no s�tio onde trabalhava, um dos muitos estabelecimentos de educa��o f�sica e gin�stica, que hoje felizmente existem em Toronto e onde a televis�o est� sempre ligada, estava com medo dum ataque de Saddam Hussein. Pelos vistos a CNN, que em objectividade n�o � melhor do que o famoso "Pravda", no tempo em que os comunistas governavam a R�ssia e mais uma dezena de pa�ses, hoje independentes, ou o media em Portugal nos tempos de Salazar ou de Franco em Espanha, estava aterrorizada com as possibilidades dum ataque , com as suas armas de destrui��o em massa, nomeadamente as nucleares (bombas at�micas), qu�micas (gazes t�xicos) e biol�gicas (micr�-bios capazes de causar doen�as mortais). L� lhe tentei explicar, que o Iraque tinha destru�do todas as tais armas, sobre controle dos inspectores das Na��es Unidas, e que at� � altura em que o Sr Bush e o seu c�mplice o Primeiro Ministro da Inglaterra, se decidiram a invadir o Iraque, nada se tinha encontrado das tais famigeradas armas de "destrui��o", a que se poderiam melhor chamar de "distrac��o", para nos distrair da verdadeira causa da invas�o do Iraque, o controle do petr�leo e a aspira��o do presente governo americano de passar a dominar o mundo, segundo foi preconizado pelo pensador americano, o Paul Woltowitz, a que talvez me venha a referir noutro artigo.

L� tentei explicar � boa senhora, que o Iraque era um pa�s pobre, com pouco mais de 20 milh�es de habitantes, empobrecido ainda mais por dez anos de san��es e um bloqueio econ�mico, que n�o podia lutar contra o ex�rcito mais poderoso do mundo. L� tentei explicar-lhe que aquilo n�o era uma guerra como aquela em eu fui treinado , - cheguei a ser tenente de infantaria em ca�adores especiais- em que se lutava realmente contra o "inimigo" vendo o "branco dos olhos", dele como se dizia nessa �poca. Nesta Guerra os soldados americanos, apenas indicam aos seus avi�es, barcos e at� submarinos onde est� o inimigo, para eles bombar-dearem os soldados do Iraque e muitas vezes � mistura homens civis, mulheres e crian�as, usando bombas e m�sseis. Quando j� estava tudo quase terminado, os bravos soldados americanos usam ent�o a artilharia e os seus tanques. No fim marcham para as posi��es do inimigo protegidos pelos seus coletes � prova de balas. Para se resistir a um inimigo destes armados com espingardas, metralhadoras e tanques velhos � preciso ser muito valente, fan�tico ou ser obrigado pelo governo.

S� assim se explicava que com 300.000 soldados, tivessem tido cerca de 100 mortos, muitos deles, atingidos pelos seus pr�prios colegas, no chamado "friendless fire" (fogo amigo!!!), como os ingleses, e at� os canadianos no Afeganist�o sabem por experi�ncia pr�pria .

� caso para dizer, que embora qualquer n�mero de mortos, nem que seja um s�, � uma trag�dia, cem mortos � muito menos dos que s�o assassinados nos Estados Unidos, num fim de semana. Tamb�m expliquei � boa senhora que uma forma de atacar usada pelos americanos, � esperar pela noite e utilizar uma nova inven��o que lhes d� uma superioridade absoluta.

Quando a escurid�o deixa os seus inimigos absolutamente �s cegas, os bravos guerreiros dos Estados Unidos, usando �culos especiais para ver �s escuras, assim como tanques e avi�es com semelhante equipamento atacam as for�as do Iraque, o que � o equivalente a ter dois homens a lutar, um com a vista normal e outro cego.

Quanto aos avi�es do Iraque, velhos e atrasados vinte anos em termos de tecnologia, foram todos destru�dos nos 2 ou 3 primeiros dias da "Guerra do Iraque", a que deveremos chamar pelo seu verdadeiro nome "invas�o - do Iraque".

Outra coisa, que eu contei � minha interlocutora, foi uma hoje a famosa luta entre tanques ocorrida na invas�o do Iraque, coisa que ao que parece, j� n�o acontecia desde a Segunda Guerra mundial. Tr�s ou quarto divis�es blindadas do Iraque com valentia, ou talvez melhor loucura, resolveram atacar uma coluna de tanques americanos. Em pouco tempo avi�es, artilharia e m�sseis disparados pelos tanques americanos atingiram dezenas de tanques iraquianos, que acabaram por ser todos destru�dos. De notar, que os m�sseis usados pelos americanos eram capazes de ir � procura dos tanques inimigos, guiados pelo calor produzido pelos motores. Mesmo quando os tanques do Iraque, pararm os motores para se escaparem aos tais m�sseis, continuaram a ser o mecanismo que levava o proj�ctil � procura do seu objectivo, usando o calor por ele produzido, era t�o aperfei�oado que conseguia detectar o calor produzido pela cabe�a do condutor, que est� na torre do carro blindado.

Como se isto n�o chegasse, avi�es sem piloto, guiados pelo r�dio e satellites no espa�o n�o s� vigiavam os movimentos das tropas do Iraque, como eram capazes de escutar todas as conversa��es e contactos entre as tropas. Os americanos, eram capazes, do espa�o ou usando avi�es, ler at� as matriculas dos carros do ex�rcito do Iraque!

Apesar destas especifica��es, a boa senhora n�o se convenceu e desta maneira manteve a sua decis�o de n�o ir a Portugal, tanto mais como ela me disse, a guerra iria acabar com uma luta terr�vel com o cerco � capital do Iraque em Bagd�.

Certos comentadores americanos tinham-nos tentado convencer que iria ocorrer uma luta semelhante, ao cerco de Leninegrado, que se deu entre 1941 e 1944, e durante a Segunda Guerra mundial em que morreram centenas de milhares de pessoas.

Afinal a entrada das tropas americanas em Bagd�, foi mais uma marcha militar do que um combate. Dezenas de tanques apoiados por um bombardeamento feito pelos avi�es, artilharia e m�sseis desfilaram pelas entradas que davam acesso � cidade. As imagens vistas na televis�o mais pareciam um desfile do que uma guerra. O tal c�rculo vermelho de que a CNN falava com valas, trincheiras, arame farpado, tanques e at� rios de petr�leo a arder n�o existiam. Nem sequer tiveram possibilidades de fazer umas valas na estrada ou dinamitar as pontes para dificultar a entrada do inimigo em Bagd�. Pelo que eu vi na televis�o, parece que a entrada na capital da tal na��o que era uma amea�a para os Estados Unidos e o mundo, foi mais f�cil do que descer o Don Valley ou a Q.E.W., numa manh�, depois dum nev�o, para chegar a Toronto.

Depois dum bombardeamento com m�sseis e bombas gigantes, pesando mais duma tonelada, os tanques americanos, puseram-se a caminho pelas estradas que davam acesso ao centro da cidade e em poucas horas chegaram ao centro de Bagd�. Claro que ainda h� uns valentes ou talvez malucos, a darem tiros de espingarda contra os tanques americanos, mas a guerra est� praticamente acabada.

Quanto �s tais armas de destrui��o em massa, que ali�s nunca tinham sido descobertas pelos inspectores, n�o apareceram.Tamb�m os tais terr�veis Republican Guards, que iriam lutar como le�es, parecem ter tido tanta for�a para defender o governo de Saddam, como os outros guardas republicanos, estes portugueses para proteger Marcelo Caetano em 25 de Abril de 1974.

Espero que a tal senhora que receava que o Iraque interferisse com a sua viagem a Portugal, tenha agora compreendido, que as tais armas de destrui��o eram afinal de distrac��o do mundo para o verdadeiro objectivo da invas�o do Iraque, o petr�leo, e a muni��o do mundo.

Entretanto, um general americano, pelos vistos com a tend�ncia para falar demais, j� disse que tinha a certeza que ainda iriam encontrar as tais armas de "destrui��o". Tratava-se apenas uma quest�o, de continuar a procurar. N�o � de admirar, que a CIA, v� colocar uns pozinhos quaisquer, numa lata algures no Iraque e dizer, que segundo seus pr�prios laborat�rios, cont�m, subst�ncias, radioactivas, t�xicas ou bact�rias e v�rus. � pois a raz�o, para estarmos preparados para mais um "barrette", enfiado com a ajuda dum media americano que se dedica mais � propaganda da politica do governo dos Estados Unidos, do que � divulga��o da verdade.



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Toronto,
7/Abril/2003
Edi��o 775

ANO XXIII

 

   
     Escreveu
    Dr. M. Tom�s Ferreira


 

 

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