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Fome de p�o, fome de paz
" O mundo atual tem fome de p�o e fome de paz. Mas quem d� o toque � a m�dia..."

J� se foi o tempo em que a diplomacia secreta deixava o povo em geral na ignor�ncia do que era dito nos seus bastidores. Hoje o mundo inteiro est� a par de tudo o que acontece no cen�rio humano. Assuntos que envolvem, por exemplo, a dissemina��o da fome no mundo e a paz mundial t�m sido debatidos exaustivamente nos quadrantes da terra, por segmentos das mais diferentes sociedades. Nesse campo, � obvio, os apelos s�o incans�veis.
Pode-se dizer que o mundo atual tem fome de p�o e fome de paz. Mas quem d� o toque � a m�dia, a m�dia � o term�metro de temas relevantes ou insignificantes. O exemplo mais crasso do que afirmamos pode ser ilustrado por uma foto publicada na Folha de S. Paulo no caderno de "guerra" edi��o do dia 28.03.2003, onde se v�, fot�grafos e cinegrafistas (em cima do carro ba�) registrando a entrega de comida aos iraquianos, que recebem as doa��es.
As m�os dos iraquianos estendidas para o alto, simbolizam a fome de p�o que assola o mundo, notadamente o Terceiro Mundo. J� que estamos falando de fome, sem querer ironizar, a m�dia alimenta a guerra no Iraque e, se alimenta dela. Na tem�tica da fome, enquanto falta o p�o � mesa dos exclu�dos socialmente, sobram "declara��es" que s�o verdadeiros tratados falaciosos. S�o proclama��es enf�ticas e textos jur�dicos que abordam a fome. O direito � alimenta��o � um dos princ�pios proclamados em 1948 pela Declara��o Universal dos direitos do Homem.
Tamb�m a Declara��o sobre o progresso e o desenvolvimento no campo social afirmava, em 1969, ser necess�rio eliminar a fome e a subnutri��o e tutelar o direito a uma nutri��o adequada. Igualmente, a Declara��o Universal para a Elimina��o Definitiva da fome e da subnutri��o, adotada em 1974, disp�e que toda pessoa tem o direito inalien�vel de ser libertado da fome e da subnutri��o, a fim de se desenvolver plenamente e de conservar as suas faculdades f�sicas e mentais. Al�m disso, em 1992 a Declara��o Mundial sobre a Nutri��o reconheceu tamb�m que o acesso a alimentos apropriados, sob o ponto de vista nutricional, e sem perigo, constitui um direito universal.
Pergunta-se: As declara��es mudaram o estado de coisas presente? Quem levou a s�rio �s profecias do malthusianismo (Thomas Robert Malthus, 1766-1834) "prevendo fome no mundo em virtude de crescimento geom�trico da popula��o e que haveria um estrangulamento nas curvas ascendentes e a humanidade passaria fome?" E no Brasil, caiu o alto �ndice de 54 milh�es de subalimentados? Comoveu-se a comunidade de uma maneira que tornasse desnecess�ria (ontem) a Campanha da fome promovida pelo soci�logo Herbert de Souza? Estamos comovidos e mobilizados (hoje) em prol do programa Fome Zero, do presidente Lula? Quanto � paz, que significava para os velhos escritores gregos "o estado das coisas ou neg�cios quando n�o h� guerras", o que se pode dizer: Primeiro, jamais se falou tanto de paz. Segundo, o mundo anseia desesperadamente por ela, mas a paz n�o parece absolutamente ao nosso alcance. Por outro lado nossos l�deres nos prometem paz, mas a melhor paz j� desfrutada n�o passa de calmaria em que n�o h� descanso. Durante s�culos, legislaturas e parlamentos t�m tentado, assegurar a paz. No passado long�nquo, l�deres como os C�sares, Constantino, Carlos Magno, Napole�o, os "czares" do oriente, e os reis do ocidente, todos, cada um em sua �poca, prometeram paz duradoura.
No entanto, todos falharam. De a muito se proclamam audaciosos planos de unidade e irmandade global: Bruxelas, Nova York, Genebra, T�quio e Washington, D.C., foram sedes, ao longo dos anos, de movimentos em prol da paz. Entretanto, n�o existe paz universal, e o mundo se cansa de promessas vazias. O mundo est� num caos t�o desesperador, durante t�o grande parte de tempo, que cada um de n�s se pergunta, a si mesmo: Seria a paz uma mera ilus�o? Mas, onde encontraremos a paz? Muitos t�m pensado que a encontrar�o deixando o bul�cio da cidade e buscando desertos. Contudo, n�o t�m eles encontrado paz alguma, porque n�o podem fugir de si mesmo e da batalha que ruge em seus cora��es. Olhando pelo prisma crist�o a paz se radicaliza em Cristo.
Ele mesmo auto denominou-se a paz "n�o a paz que o mundo oferece, mas a paz verdadeira". O apostolo S�o Paulo enfatizou esta verdade dizendo: "Ele, Cristo � a paz dos crist�os" (Ef. 2.14), paz esta que um dia ser� estabelecida na terra. Quando Karl Barth, o te�logo su��o, visitou as Na��es Unidas, fez o seguinte pronunciamento: "A organiza��o internacional poderia ser uma par�bola terrestre do reino divino, mas a paz verdadeira n�o ser� feita aqui, embora possa parecer uma aproxima��o.
A paz ser� feita pelo pr�prio Deus, ao final de todas as coisas". Hoje testemunhamos v�rios eventos em favor da paz que ocorrem, ao mesmo tempo, aqui e acol�. Todos pedem paz. Por natureza, todos desejamos a paz. A exemplo da fome de p�o, o mundo tem fome de paz!

* Paulo J. Rafael � jornalista, professor universit�rio e doutorando em Ci�ncias Pol�ticas e Administra��o P�blica pela AWU- American World University of Iow



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Toronto,
14/Abril/2003
Edi��o 776

ANO XXIII

   
   
    * Paulo J. Rafael
   Direto do Brasil
   

 

 

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