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A esperan�a j� morreu e n�o sabe.
Algu�m precisa avisar

�s v�speras de completar 180 dias � frente do governo brasileiro, Lula mostra-se amb�guo, tanto quanto FHC, na condu��o da coisa p�blica. O presidente mostra uma outra cara quando nomeia petistas e negocia cargos com partidos pol�ticos aliados, dando seq��ncia � tradi��o brasileira do nepotismo... se tem not�cia de um governo haver decepcionado tanto, em apenas cinco meses, quanto o do PT, sob a presid�ncia de Lula da Silva, o Lulinha Paz e Amor.

No campo administrativo, ningu�m poderia imaginar que um oper�rio humilde, chegando � Presid�ncia, fosse reformar para perseguir, tirar direitos, reduzir e confiscar sal�rios.

Sob o aspecto pol�tico, o governo segue aquele velho princ�pio marxista de que os fins justificam os meios. Os acordos e negocia��es para formar sua ''base de sustenta��o'' obrigam qualquer um a levar o len�o ao nariz. As barganhas envolvem at� o Itamaraty, que, ao longo dos anos, sempre se viu poupado da a��o nefasta da politicalha.

Como se nada disso bastasse, o PT tamb�m se tem comprometido sob o aspecto moral, ele que nasceu pregando �tica na pol�tica. As Comiss�es Parlamentares de Inqu�rito sempre foram o palanque preferido do PT, em todas as �reas, particularmente naquelas envolvendo dinheiro p�blico.

Hoje, a Na��o testemunha esse mesmo PT empenhado em sabotar a apura��o de um dos maiores esc�ndalos da Rep�blica, operado atrav�s do Banco do Estado do Paran�: a remessa irregular de trinta bilh�es de d�lares para o exterior, envolvendo figur�es da pol�tica e do empresariado.

Primeiro, torpedeou a CPI do Senado para apurar a maroteira. Criada posteriormente na C�mara, o Planalto est� contra ela. O presidente da Casa, o petista Jo�o Paulo, j� prometeu a Lula da Silva ''que a CPI ser� instalada, mas n�o funcionar� na pr�tica. A estrat�gia � impedir que as sess�es tenham qu�rum'' (Folha de S. Paulo, 14/6).

Como � que o governo de um partido que tanto pregou a �tica na pol�tica adota semelhante comportamento diante de rumoroso esc�ndalo?

E ainda, �s v�speras de completar 180 dias � frente do governo brasileiro, Lula mostra-se amb�guo, tanto quanto FHC, na condu��o da coisa p�blica. O presidente mostra uma outra cara quando nomeia petistas e negocia cargos com partidos pol�ticos aliados, dando seq��ncia � tradi��o brasileira do nepotismo e patrimonialismo. O governo parece ter-se transformado em propriedade de amigos ideol�gicos, com uma distribui��o indiscriminada de cargos para ''companheiros'' incompetentes e apoiadores circunstanciais. Os exemplos est�o � vista de todos, bastando citar quatro ou cinco nomes dos atuais ministros.

Al�m da incompet�ncia de certos ''companheiros'', o PT inaugura uma nova forma de nepotismo, de alto n�vel, nunca antes vista na hist�ria pol�tica da Rep�blica. � a chamada ''cota das companheiras'', ou seja, emprego p�blico para esposas de astros e ministros do PT em Bras�lia.

Essa pr�tica, ali�s, que est� disseminada nos tr�s poderes da Rep�blica, particularmente, no Legislativo e no Judici�rio, n�o havia chegado ainda ao n�vel do primeiro escal�o do Executivo Federal. E os patrocinadores desses cargos s�o, em geral, autoridades com passaporte de esquerda que vivem de gesticula��o revolucion�ria e de fic��es verbais. Falam de distribui��o de renda e de justi�a social, ao mesmo tempo que det�m, nas reparti��es p�blicas por eles dirigidas, cargos polpudos para mulher, filhos, genros e noras.

� uma forma de corrup��o, travestida de legalidade, pois canaliza o dinheiro dos cofres p�blicos para os seus bolsos, sem a contrapartida honesta dos servi�os. E o Brasil continua miser�vel, apesar de tantos discursos. Aos poucos se vai comprovando o que os conservadores (donos do pa�s) afirmaram, antes das elei��es: o pr�ximo candidato a presidente, para vencer, s� precisa dos votos dos arrependidos. Pois bem, atolado na incompet�ncia diante dos problemas nacionais, o PT decepciona tamb�m porque est� mostrando que aquela prega��o moral, nas pra�as p�blicas e na TV, n�o era para valer.

* Paulo J. Rafael � jornalista, professor universit�rio e doutorando em Ci�ncias Pol�ticas e Administra��o P�blica pela AWU- American World University of Iow



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Toronto,
30/Junho/2003
Edi��o 787

ANO XXIII

   
   
    * Paulo J. Rafael
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