LEIA
 � MERCEARIAS M�DICAS
 � NAS ILHAS COM A
   SENHORA DA BOA
    VIAGEM
 � Dra. Berta Cabral
 � Cr�dito para tudo
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 � O 17� CICLO DE
   CULTURA A�ORIANA
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S�O JO�O HOJE � NOT�CIA


A descoberta da Ilha do Pico, foi feita por volta de meados do s�culo quinze. N�o tinham aqueles que a povoaram a no��o das belezas interiores que a mesma encerra. Passados tantos s�culos e apesar dos meios de que hoje dispomos as pessoas Picarotas, muitas delas, h� ainda que n�o conhecem �por dentro� a sua e nossa Ilha. N�o tenho qualquer rebu�o em afirmar, que hoje os turistas que nos visitam conhecem muito mais da Ilha do que n�s, como � o meu caso e por isso disso me penitencio. Os recantos paisag�sticos que est�o camuflados a cada passo, s�o duma beleza tal que melhor deviam ser assinalados e divulgados. � que a Ilha n�o disp�e apenas das �vistas� da Montanha, do Cachorro, das Lagoas, dos tr�s Casteletes, (Lajes, Prainha e Piedade), do Topo, do Arrife, de S�o Miguel Arcanjo, da Terra Alta e de muitas outras que s�o vendidas para turista visitar com tempo sempre muito restrito, porque t�m de apanhar a lancha e ir dormir para o Faial.

Na semana que passou fui com um familiar at� S�o Jo�o uma seis das freguesias de que � formado o concelho das Lajes e como o tempo de espera era relativamente longo, deambulei com a minha viatura por caminhos �todos asfaltados�, - diga-se de passagem � e dei de caras com espa�os desconhecidos e muito bem urbanizados, o que prova mais uma vez que o dinamismo das pessoas que se encontram � frente das autarquias, � sin�nimo de progresso e desenvolvimento, aqui aproveito a oportunidade para destacar o Presidente da Junta de Freguesia e da Casa do Povo, Jos� Armindo Alves Gon�alves. Quase no in�cio da freguesia para quem circula na estrada regional na direc��o da Madalena, encontramos o Moinho da Ponta Rasa, perten�a de um particular, que o cedeu � Associa��o para a Salvaguarda do Patrim�nio Cultural de S�o Jo�o �O Alvi�o�, que com o apoio da Junta de Freguesia, o utiliza e zela.

Ao subirmos as escadarias muito cuidadas para a visita, depar�mos na sala da engrenagem com um mini posto de turismo, onde me foram fornecidas informa��es, bem como aos outros visitantes e onde podemos adquirir v�rios artigos de artesanato cujos proventos revertem para a instala��o da casa Museu da Associa��o j� em adiantada fase de restauro. Este moinho em �ptimo estado de conserva��o � o paradigma e a identifica��o do progresso daquela freguesia, que ainda hoje � dividida em Companhia de Cima e Companhia de Baixo, - divididas no lugar do Palmo de Gato -, ep�teto que vem de longa data e do tempo em que na Ilha existiam as mil�cias do Rei. Estas mil�cias eram formadas por companhias que eram colocadas nos agregados populacionais para a defesa das popula��es dos ataques dos piratas e n�o s�. Havia naqueles tempos a permiss�o de em todos os estabelecimentos se pudessem vender p�lvora para uso e defesa pessoal. Ao sair do recinto envolvente onde est� implantado o moinho, um pouco mais � frente deparamos com um Ramal, o antigo Caminho Velho, que vai dar ao Porto e que passa primeiramente por um conjunto de casas que foram totalmente recuperadas e cuja tra�a foi integralmente respeitada, mais um projecto de pessoas empenhadas e din�micas que deste modo ajudam a revitalizar o seu povoado. � esquerda na direc��o do Porto e em lugar recatado encontramos a Piscina Natural das Are�nhas de Jos� Vieira, no s�tio de Santo Ant�nio, nome que adv�m da Ermida cujo patrono � o santo do mesmo nome, aquela foi edificada no final do s�culo dezassete por ordem do Sargento Mor Ant�nio Pereira Bettencourt. Serviu inclusivamente de Igreja Paroquial entre os anos de 1719 e 1729 devido � destrui��o da Primeira Igreja erigida no lugar da Arruda e arrasada pela erup��o vulc�nica de 1718.

Nela se manteve o culto do Santo pregador at� ao s�culo dezanove, altura em que a mesma foi abandonada e at� profanada. O seu actual propriet�rio Jo�o Humberto Silva Cardoso, em boa hora a mandou ricamente restaurar, tendo sido inaugurada e integrada no culto no dia 5 de Agosto do ano jubilar de 2000. Alguns dos seus artigos foram desviados para outros lugares, como foi o caso da Pedra de Ara, que est� na Igreja Paroquial de S�o Bartolomeu na Silveira e da primitiva imagem que est� na Igreja Paroquial de S�o Jo�o. A imagem actual, foi esculpida propositadamente para a Ermida ora recuperada e encontra-se em lugar de destaque no seu trono, todo emoldurado em ret�bulo de madeira ricamente dourada e primorosamente restaurada, talvez a �nica pe�a de arte que restou da primitiva Ermida. Estes dados foram recolhidos do papiro emoldurado e que no interior da mesma, descreve a hist�ria daquele templo.

Mas descendo as escadarias em pedra lavrada que conduzem do Adro ao Caminho Velho e seguindo na direc��o do Porto, deparamos novamente com v�rias casas recuperadas. Na subida e na direc��o da Igreja Paroquial, - muito afectada pelo sismo de 9 de Julho de 1998 e umas das que aguarda �pacientemente� pela sua integral recupera��o -, vislumbramos a impon�ncia do Restaurante Marisqueira, ponto obrigat�rio de paragem e um lugar privilegiado para se saborearem os mais apetitosos pratos t�picos da Ilha. Mais � frente entramos no Caminho do Verdoso (continua��o do Caminho Velho) e passamos pelo Po�o do Verdoso, pelo Po�o do Adimouro, cuja zona envolvente foi toda urbanizada e � um dos pontos de atrac��o e lazer da freguesia, que inclui uma piscina natural e mais � frente, prosseguindo no dito Caminho, encontramos o Po�o da Arruda em frente da ba�a com o mesmo nome, cuja zona recuperada � um autentico preito de homenagem aos primeiros povoadores. Ali h� um empedrado todo feito com pedra roli�a (pedra lisa da costa), retirada da ba�a e a escadaria de acesso � parte alta da freguesia, onde passa a estrada Regional, vai confinar no rodo da Aguada ainda na Estrada Regional, perto do Caminho do Po�o (para o Adimouro), atrav�s duma monumental escadaria composta por 365 degraus, tantos como os dias do ano. Toda esta obra arquitect�nica � novamente feita com pedra roli�a e um verdadeiro reposit�rio do verdadeiro patrim�nio do nosso povo.

Mais � frente e sempre no Caminho da Costa h� uma bifurca��o de caminhos. Um que conduz ao lugar de S�o Jo�o Pequenino e outro que vai dar a S�o Caetano. E j� que referimos S�o Jo�o Pequenino, anoto que � um dos v�rios parques de que a nossa Ilha � pr�diga e n�o apenas do da Quinta das Rosas, como maldosamente li outro dia num panfleto de propaganda tur�stica, editado por Entidade Respons�vel. � o Parque de S�o Jo�o Pequenino o mais visitado e aproveitado da Ilha e um dos mais pitorescos.

A sua envolv�ncia � um hino ao poder concretizador do homem e da natureza que fundiram esfor�os para sublimar a solidariedade humana. Um lugar obrigat�rio para uma visita. Regressando agora na Estrada Regional, mas desta vez em direc��o � Vila sede do concelho das Lajes, encontramos a Canada do Arrasto � esquerda, a Rua do Outeirinho � direita, o j� mencionado Caminho do Po�o, tamb�m � direita, o Palmo de Gato, onde encontramos a �nica F�brica de Lactic�nios, - havia mais duas mas desapareceram -, o Edif�cio da Casa do Povo e onde em frente foi implantado o Monumento ao Pastor e � Pastora, h� pouco inaugurado; a Canada do Alferes Jos� Pereira onde existe mais um moinho de vento, movido com palhetas e a Canada do Almance (seria �lamo Manso?) estas duas canadas � esquerda, mais � frente � direita o Ramal para o Porto e sobre a esquerda o Caminho dos Matos de S�o Jo�o e... os caminhos de Santo Ant�nio e Caminho Velho j� ficaram para tr�s, porque deix�mos a freguesia e rum�mos em direc��o �s Lajes. Antes de terminar quero referir que na freguesia encontramos uma Escola do Ensino Prim�rio, uma sucursal da ADJ, - casa com computadores para laser e consulta da juventude -, v�rios caf�s e minis mercados, uma oficina de repara��o de ve�culos autom�veis, para al�m de uma Loja de confec��o, uma cabeleireira, v�rios barcos de boca aberta utilizados na pesca artesanal, muitas explora��es agro-pecu�rias e a funcionar com o apoio da Casa do Povo, o Centro de Conv�vio da Esperan�a, talvez um dos mais activos da Ilha, constitu�do por �jovens� da chamada terceira idade.

Muito mais havia a referir acerca da freguesia de S�o Jo�o, mas o espa�o e a paci�ncia dos leitores n�o o permite, por isso por aqui me fico, apresentando as minhas desculpas...

At� para a semana, se...Deus quiser!




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Toronto,
4/Agosto/2003
Edi��o 792

ANO XXIII

    Por: Paulo Lu�s �vila

 


 

 

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