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FERRO RODRIGUES
diz estar-se "Cagando para o Segredo de Justi�a"
 

As escutas telef�nicas realizadas a Paulo Pedroso e Ferro Rodrigues no dia da deten��o do deputado socialista, 21 de Maio, reproduzem declara��es comprometedoras do secret�rio-geral do PS. A SIC revelou ontem excertos dessas escutas em que o juiz do processo, Rui Teixeira, se apoiou para decidir a pris�o preventiva do deputado do PS, Paulo Pedroso.

Esses dados implicam um largo conjunto de dirigentes do PS - at� mesmo o Presidente da Rep�blica - no esfor�o para evitar a ida do juiz Rui Teixeira � Assembleia da Rep�blica (AR) para notificar Paulo Pedroso. As escutas apresentadas ontem foram dadas como determinantes para o juiz Rui Teixeira alegar perturba��o do processo e decidir-se pela pris�o preventiva. Mas o excerto menos favor�vel para os socialistas surgiu mais tarde. Ter� sido ap�s uma conversa com o l�der parlamentar, em que este ter� dado a entender que conhecia a identidade de algumas das testemunhas e que uma nem sequer era "fi�vel" que o secret�rio-geral do PS ter� afirmado: " 'Tou-me cagando para o segredo de Justi�a."

A defesa de Paulo Pedroso reagiu a esta not�cia sublinhando que a escuta foi referida pelo Minist�rio P�blico nas contra-alega��es relativamente ao primeiro recurso de Pedroso, mas o procurador Jo�o Guerra n�o ter� considerado a necessidade de processar criminalmente Ferro Rodrigues. Quanto � escuta revelada pela SIC, Jo�o Pedroso, advogado de Paulo Pedroso, disse ao "P�blico" tratar-se de um evidente caso de viola��o do segredo de justi�a da parte do Minist�rio P�blico: "S� a investiga��o dirigida pelo Minist�rio P�blico pode estar a revelar essas escutas, o que � uma clara viola��o do segredo de justi�a e constitui um crime", apontou.

Torna-se ainda percept�vel variadas movimenta��es de diferentes dirigentes socialistas no sentido de impedir a desloca��o do juiz Rui Teixeira � Assembleia da Rep�blica. Recorde-se que o PS admitiu, desde cedo, ter envidado esfor�os no sentido de encontrar uma forma mais airosa para Paulo Pedroso se poder entregar � justi�a.

Logo na manh� do dia 21 de Maio, em conversa telef�nica, Ant�nio Costa diz a Paulo Pedroso recear ser j� tarde demais: "O receio que tem � que a coisa j� tenha... j� esteja na m�o do juiz, visto que � o juiz que tem de se dirigir � Assembleia." De seguida aconselha Pedroso a falar com o procurador respons�vel pelo processo. "P�, talvez o teu irm�o... seja altura de procurar o [Jo�o] Guerra." Mais tarde, o advogado e irm�o do deputado Jo�o Pedroso, fala com o seu irm�o para lhe comunicar que n�o conseguira: "O Jo�o Guerra est� incontact�vel, 't� numa reuni�o, mas penso que � aquela que n�s sabemos."

Jo�o Pedroso explicou ao "P�blico" que a defesa do seu irm�o "nunca foi informada quanto � exist�ncia desta escuta". Quanto � tentativa de contacto com Guerra, Pedroso explicou que o fez "na qualidade de advogado e para agendar procedimentos processuais como poder� vir a ser atestado por um outro magistrado do Minist�rio P�blico que, oportunamente, identificarei".

A revela��o de ontem implica tamb�m o Presidente da Rep�blica. Ferro Rodrigues confirma-o num desabafo a Jorge Coelho: "Afinal, o almo�o n�o serve para nada." O secret�rio-geral referia-se a um encontro entre o procurador-geral da Rep�blica, Souto Moura, e o Presidente da Rep�blica, Jorge Sampaio.

O Minist�rio P�blico parece suspeitar ainda que nos dias seguintes � deten��o, houve um esfor�o concertado do PS para fazer passar a teoria da "cabala" entre algumas personalidades influentes da sociedade portuguesa. O MP acredita terem sido feitas chamadas para dirigentes do PSD como Pedro Santana Lopes, e Morais Sarmaento, para Souto Moura e ainda para o ex-presidente do PSD; Marcelo Rebelo de Sousa.

In "P�blico" 18 Outubro


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