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Fazer como os Espanh�is
 

Dia 7 de Novembro, data em que se iniciava a XIX Cimeira Luso-Espanhola, o Embaixador de Espanha em Lisboa, Carlos Carderera Soler - reagindo �s declara��es do Presidente da Rep�blica proferidas em Madrid sobre os obst�culos erguidos pelos Espanh�is contra a penetra��o das nossas empresas -, afirmou que os Portugueses deviam trabalhar mais e deixar de perder o seu tempo a acusar a Espanha de dificultar o investimento nacional.
Disse, tamb�m, que considera que todos os pa�ses protegem os seus interesses e recusou a ideia de excesso de proteccionismo por parte do Governo de Jos� Maria Aznar.
Ou o Senhor Embaixador n�o sabe o que se passa no seus pa�s ou com palavras mansas e demagogia pretende enganar os Portugueses.
Daqui lhe enviamos apenas 4 exemplos. Lembra-se o Senhor Embaixador das declara��es de um ministro do seu pa�s que, h� poucos anos, afirmou em p�blico que o Governo espanhol alteraria as condi��es de privatiza��o da ENCE, uma empresa produtora de celulose, se isso fosse necess�rio para impedir que uma empresa portuguesa entrasse no seu capital? Sabe o Senhor Embaixador quantas empresas de constru��o civil da Uni�o Europeia, incluindo gigantes francesas ou alem�s, para n�o falar nas pequenas ou m�dias empresas portuguesas, conseguiram ganhar concursos p�blicos em Espanha? Consta que, at� h� poucos meses atr�s, nenhuma! Por acaso esqueceu-se ou n�o chegou ao conhecimento do Senhor Embaixador que o Governo do seu pa�s tentou impedir a compra pela EDP de uma participa��o na Hidrocant�brico, que suspendeu e depois reduziu os direitos de votos da EDP no conselho de administra��o dessa empresa e que condicionou a entrada no capital daquela empresa espanhola � concretiza��o do MIBEL?
Diz ainda o Senhor Carlos Carderera que n�o h� que ter medo do pa�s vizinho e � preciso que Portugal seja mais competitivo. Fazendo a Espanha sistematicamente "dumping" em v�rios sectores; apoiando Madrid as suas empresas, de forma por vezes ilegal, para penetrarem no mercado portugu�s; seguindo as empresas espanholas instaladas em solo portugu�s uma pol�tica de "terra queimada" atrav�s do encerramento da produ��o e da sua transforma��o em meros postos de distribui��o, como pode Portugal competir com a Espanha?
Revelando a m� consci�ncia espanhola, Carlos Carderera declara que todos os pa�ses protegem os seus interesses. � verdade que todos os pa�ses defendem os seus interesses. Mas h� que diz�-lo: todos menos Portugal, pa�s onde os Governos dos diversos partidos parecem mais apostados em defender os interesses castelhanos do que em pugnar pelos pr�prios interesses portugueses...
E em mat�ria de proteccionismo, n�o s�o os portugueses os �nicos que se queixam. Todas as em-presas e bancos estran-geiros sabem bem como � dif�cil penetrar no mercado espanhol face ao nacionalismo exacerbado e � xenofobia dos seus na-cionais. Mas contra isso n�o h� que fazer recrimina��es. H� apenas que fazer o mesmo que os Espanh�is fazem: se eles compram s� o que � espanhol, compremos n�s apenas o que � portugu�s. No dia em que os Portu-gueses tiverem a dignidade e o bom senso para n�o comprar nem um simples f�sforo espanhol, o Governo de Madrid per-ceber� do que nos queixamos. At� l�, os Portugueses ir�o alegremente comprando o que � espanhol, levando as empresas portuguesas � fal�ncia e talvez s� percebam o que lhes est� a acontecer no dia em que perderem o emprego e n�o tiverem p�o para comer.
Apesar de tudo, temos de concordar com o Embaixador espanhol numa coisa. A atitude mais correcta n�o � criticar os Espanh�is. O mais acertado � fazermos exactamente o mesmo que eles!

M�rio Rodrigues
Leiria



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Toronto,
17/Novembro/2003
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