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Discurso proferido pelo Embaixador Silveira Carvalho em Toronto, em 21.11.03
 
 

Senhor Rui Gomes, Digno Presidente da Academia do Bacalhau de Toronto

Senhor C�nsul-Geral de Portugal em Toronto

Senhores Comendadores

Minhas Senhoras e meus Senhores

� para mim um enorme prazer estar entre t�o ilustres representantes da Comunidade Portuguesa, reunidos nesta ocasi�o especial do jantar comemorativo do V anivers�rio da Academia do Bacalhau de Toronto.

Apesar de ter chegado recentemente, ainda n�o h� uma semana, quis come�ar por Toronto e dirigi-me pela primeira vez � nossa Comunidade nesta cidade emblem�tica que acolhe o maior n�mero de portugueses em todo o Canad�.

Neste ano em que se comemora o 50o Anivers�rio da imigra��o organizada portuguesa para o Canad�, queria antes de mais prestar a minha homenagem aos continuadores de Gaspar Corte Real - os pioneiros dos anos 50 e 60 que orgulham e honram Portugal, valorizam-nos com o seu saber de "experi�ncia feito" e dignificam o nosso pa�s em todo o Mundo.

T�m sido os pioneiros que, conjuntamente com as associa��es e organiza��es portuguesas espalhadas por todo este continente, t�m divulgado a nossa l�ngua e a nossa cultura. � preciso que persistam nesta important�ssima tarefa, pois a nossa l�ngua e cultura n�o s�o meras express�es do passado. Continuam a ser determinantes para a defini��o da personalidade e identidade dos luso-descendentes, especialmente no Canad� que adoptou o Multiculturalismo como motor do dinamismo da sua diversidade �tnica, cultural e lingu�stica. Para al�m de mais, n�o nos devemos esquecer que a l�ngua portuguesa � hoje um meio de comunica��o internacional, uma mais valia neste nosso Mundo cada vez mais global.

Sei que a comunidade luso-canadiana � das mais respeitadas no Canad� e dela fazem parte n�o s� os laboriosos, competentes e dedicados trabalhadores mas ainda distintas figuras nos meios acad�micos, de neg�cio, da sociedade civil e do mundo pol�tico que urge refor�ar com a elei��o de representantes para o Parlamento Federal. A pol�tica, tal como a vida, s�o feitas de avan�os e recuos. Se os resultados nas �ltimas elei��es municipais, sobretudo em Toronto, ficaram aqu�m das expectativas de muitos, j� a n�vel Assembleia Legislativa do Ont�rio, a comunidade conseguiu eleger um deputado provincial de origem Portuguesa.

Temos de aprender com os erros do passado. Para que tenhamos influ�ncia na decis�o pol�tica a n�vel federal, � indispens�vel que a Comunidade Luso-Canadiana se organize, que exer�a o seu direito de voto, que apoie unida e incondicionalmente o candidato ou candidatos que se apresentarem nas pr�ximas elei��es federais que se realizar�o, como tudo indica, na Primavera de 2004.

Em primeiro lugar � necess�rio sensibilizar todos os partidos pol�ticos federais para a import�ncia de contarem com o apoio dos cerca de 500.000 luso-canadianos que aqui vivem e que desejam ver candidatos de origem portuguesa inclu�dos nas listas em lugares eleg�veis.

Pela minha parte e a fim de alcan�ar este objectivo, darei todo o meu apoio para a realiza��o de encontros na Comunidade Portuguesa para estruturar uma estrat�gia de actua��o.

Temos, por outro lado que proceder a uma reflex�o sobre a presen�a portuguesa em terras canadianas, onde sobressaem as realiza��es e sucessos alcan�ados, mas tamb�m aquilo que correu menos bem deve ser ponderado, para ser corrigido. Que as li��es do passado e do presente sirvam de incentivo a uma maior participa��o c�vica - a Comunidade Portuguesa contribuiu e contribui para o desenvolvimento e prosperidade do Canad�, gra�as �s suas grandes qualidades e capacidades de trabalho e poder de integra��o, mas � tempo de se organizar e de se tornar mais vis�vel e activa em todos os quadrantes da vida da sociedade, incul�ndo o da pol�tica.

A nossa diversidade cultural, de experi�ncias e saberes acumulados de contactos com outros povos, ao longo de s�culos, constituiu e constitui uma forma interactiva de estarmos no mundo, uma riqueza. Esse � um dos contributos que damos no seio da Uni�o Europeia. A nossa voca��o atl�ntica, determinada pela nossa situa��o geogr�fica e que nos colocou na linha da frente da explora��o do Planeta a partir do s�culo XV, proporciona-nos hoje contactos privilegiados em ambos os lados do Atl�ntico, tanto com �frica, como com as am�ricas. Se temos um natural e especial relacionamento com os pa�ses de l�ngua portuguesa nos dois lados do Atl�ntico, tamb�m o temos com a Am�rica do Norte e, particularmente com o Canad� a quem estamos unidos por esta "fronteira mar�tima comum".

Pertencemos a um mesmo Mundo assente nos valores democr�ticos e de respeito pelos direitos do homem, as-sente num esp�rito de abertura, de modernidade, de diversidade cultural e de empenhamento e responsabilidade internacionais.

Venho entusiasmado com a tarefa de que fui incumbido para aprofundar ainda mais as rela��es bilaterais a n�vel pol�tico, econ�mico e cultural entre os nossos pa�ses e povos e valorizar a presen�a portuguesa no Canad�. Proponho-me realiz�-la com a vossa ajuda. Espero poder contar convosco.

Gostaria assim de real�ar, no �mbito da minha miss�o, o empenho do desenvolvimento das rela��es econ�micas e financeiras bilaterais. N�o poderia escolher melhor forum que este para o fazer, perante empres�rios e profissionais portugueses da Academia do Bacalhau e que conjuntamente com a Federa��o de Empres�rios e Profissionais Luso-Canadianos, representam o dinamismo luso-canadiano na �rea econ�mica.

Primeiramente, sublinharia a import�ncia de se estruturar um loby econ�mico constitu�do em partenariado com empres�rios canadianos, que n�o t�m de ser necess�riamente de origem portuguesa, a fim de se aumentar a importa��o de produtos portugueses e o turismo e os investimentos em Portugal.

O envolvimento dos agentes econ�micos da Comunidade Portuguesa � essencial para o aprofundamento difer�nciado dos nossos interesses concretos de natureza econ�mica.

Em segundo lugar, � necess�rio projectar e transmitir, sem preterir os s�culos de hist�ria e tradi��o que temos, a imagem do Portugal moderno e din�mico que somos hoje.

A presen�a de uma significativa comunidade portuguesa e de luso-descendentes em todo o Canad�, o seu dinamismo e a sua bem conhecida capacidade empreendedora constituem tamb�m "um excelente cart�o de visita" para a promo��o de bens e servi�os portugueses neste pa�s.

A grande Comunidade Portuguesa � a mais directa e natural consumidora dos produtos portugueses, mas oferecemos toda uma gama de produtos de qualidade e competitivos em termos de pre�os, capaz de satisfazer as necessidades do mercado canadiano.

Parece-me que a n�vel do turismo, destino predilecto j� dum grande n�mero de canadianos, os agentes tur�sticos poderiam extrair ainda mais dividendos da oferta que Portugal faculta neste sector para todas as bolsas: um clima ameno para ser gozado junto ao mar, na montanha, fazendo vela ou golfe (modalidade t�o popular no Canad� e que o rigoroso e longo Inverno impede entre Novembro e fins de Mar�o), o turismo cultural, as pousadas...

Em 2002, os produtos mais relevantes e com maiores potencialidades de expans�o no mercado canadiano foram: os vinhos (16%), a fileira casa agregada - t�xteis lar, cer�micas, vidro e utilidades dom�sticas (10%), o cal�ado (9.4%) e a corti�a. Neles continuaremos a apostar.

Outros sectores em que se configuram oportunidades e que h� que expandir s�o: os moldes, os produtos alimentares, os materiais de constru��o (rocha ornamental, cer�mica industrial e corti�a industrial), mobili�rio e t�xteis e confec��es. Penso que existe potencial para se ir bastante mais longe sobretudo no que respeita a moldes e aos produtos alimentares.

Relativamente aos materiais de constru��o, dado que � um sector com grande dinamismo no Canad�, julgo existem muitas oportunidades nomeadamente nos sectores de pavimentos e revestimentos cer�micos, lou�as sanit�rias e corti�a industrial portugueses.

Para atrair o investimento directo estrangeiro em Portugal, o Governo tem estado a eliminar, um a um, os factores de bloqueamento da produtividade e da competividade por forma a elevar o ambiente de neg�cios no nosso pa�s.

A angaria��o do investimento directo no estrangeiro tem estado a ser realizada pela Agencia Portuguesa para o Investimento, tendo em mente que este � necess�rio para acelerar a recupera��o econ�mica de Portugal. Para o atrair devemos conhecer o que temos a oferecer aos investidores estrangeiros.

N�o me quero alongar, mas gostaria apenas de enumerar algumas raz�es para investir em Portugal:

1. Benef�cios fiscais.
2. Incentivos �s empresas (grande variedade).
3. Seguran�a potencial de crescimento do investimento.
4. Pessoas - os trabalhadores portugueses s�o conhecidos pela sua determi na��o, empenhamento, abertura � inova��o e novas tecnologias.
5. Aposta na Tecnologia e Educa��o.
6. Custos de Produ��o bastante inferiores ao dos principais pa�ses desen- volvidos.
7. Exist�ncia de uma massa cr�tica de investimento.
8. A pr�pria geografia e infraestrutura.
9. �ptima qualidade de vida.
10. Redu��o da Presen�a do Estado na Economia.
11. Capital de risco - foram criadas condi��es excepcionais para o desenvolvimento do capital de risco.
12. Novo quadro regulamentar e regulat�rio da concorr�ncia.
13. Novo regime de licenciamento de empresas.
14. Sistema financeiro moderno e eficiente.
15. API - o seu modelo corresponde ao que melhor existe a n�vel internacional.

Creio pois que h� muitas e boas raz�es para investir em Portugal. Fundamental � agora que os investidores as conhe�am e aproveitem. Conto para tal com a ajuda de todos e sobretudo das organiza��es mais vocacionadas para esta tarefa, nomeadamente a Federa��o dos Empres�rios e Profissionais Luso-Canadianos.

Finalmente e neste meu primeiro contacto com a vida associativa dos portugueses no Canad�, gostaria de saudar por vosso interm�dio e dos �rg�os de informa��o de l�ngua portuguesa aqui presentes toda a Comunidade Portuguesa espalhada por todo o Canad�, de S. Jo�o da Terra Nova a Kitimat na Col�mbia Brit�nica.



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Toronto,
1/Dezembro/2003
Edi��o 807

ANO XXIII

 
     

   

 

 

 

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