LEIA
 � O NOSSO
   MAIOR INIMIGO
 � OLARIAS
    Perspectivas
    & Retrospectivas
 � Discurso proferido pelo
    Embaixador
   Silveira Carvalho
 � NOITE DOS A�ORES
   EM MISSISSAUGA
 � PRESIDENTE DIZ QUE
   SANTA CATARINA
   � D�CIMA ILHA
 � 17,5% dos a�orianos
    s�o a favor da
   Independ�ncia
 � EM OFF
 � Congresso
   do PSD/A�ores
 � CR�NICA PICOENSE
 � Edi��es Anteriores
 
OS SONHOS DOS BRASILEIROS

De acordo com antigas pesquisas, um dos grandes sonhos dos brasileiros � ser patr�o. Ou pelo menos trabalhar por conta pr�pria, ser "dono do nariz". Essa sempre foi uma tend�ncia universal. Clich�s de pobres que ficaram ricos n�o faltam no card�pio di�rio da socializa��o das crian�as.
Um outro sonho � ganhar na loteria. Dif�cil � encontrar um patr�cio que n�o coloque a "sorte" nos seus planos de vida. Se n�o foi desta vez ser� da pr�xima que acertar� sozinho os n�meros da Mega Sena, ou de outra loteria, ou at� milhar do jogo do bicho. Jogo � que n�o falta. Na pol�tica, os sonhos sempre aparecem. Os "50 anos em 5", de JK que prometia desenvolver o Brasil 50 anos nos cinco do seu mandato. A vassoura de J�nio Quadros que garantia varrer a corrup��o, o atraso e outros males nacionais. Acabou varrendo o pa�s para o buraco, depois de proibir o biqu�ni e as brigas de galo. At� que nesta segunda J�nio acertou.
Depois veio o sonho do "milagre econ�mico". Atrelado ao milagre, a promessa de transformar o Brasil, em dois ou tr�s anos, em uma "pot�ncia" em um "pa�s grande", que "ningu�m segura"!... O que se conseguiu foi o aprofundamento da concentra��o de rendas, o crescimento da d�vida externa, para n�o falar em ex�lios, torturas, assassinatos.
Passado o pesadelo do regime do "milagre", veio o sonho das elei��es diretas que acabaram em indiretas, as quais deram origem � Nova Rep�blica com o Plano Cruzado e � infla��o zero por decreto. Superado esse novo engodo, o sonho n�o perdeu de vista as elei��es diretas.
Acabar com os "maraj�s" e com as "elites", vestir os "descamisados", "dar um tiro na infla��o", formaram a bandeira de maior sucesso. E tudo deu no que deu, n�o sem antes confiscar os dep�sitos em cadernetas de poupan�a e contas correntes. Outro sonho foi o do Plano Real, com a queda da infla��o que deu a FHC prest�gio nunca visto e lhe garantiu um segundo mandato.
Propagou-se e insistiu-se que era necess�rio privatizar estatais e diminuir o tamanho do Estado. Assim foi feito. N�o s� se privatizou empresas, como tamb�m se abriu as fronteiras de com�rcio, aceitou-se a globaliza��o sem restri��es como impunham os pa�ses ricos.
Este sonho se transformou em pesadelo com a desnacionaliza��o da economia, a quebradeira das empresas nacionais, o aumento do desemprego e da pobreza. O Brasil, que j� era campe�o de baixos sal�rios e concentra��o das rendas, agora � candidato a mais um t�tulo: campe�o do desemprego.
Do oitavo lugar, em 1990, e o quinto lugar, em 1995, ocupa agora o terceiro. Perde apenas para a �ndia e a R�ssia.
As pesquisas hoje revelam que os maiores sonhos dos brasileiros, al�m, � claro, de ganhar na Mega Sena, � seguran�a e trabalho.
Mas a hist�ria continua, os brasileiros democraticamente elegeram Lula para substituir FHC, e deram-lhe a miss�o de honrar os votos recebidos e colocar a casa, digo, o Brasil em ordem. Mas parece-me que o novo presidente ainda n�o assumiu, ou melhor, continua deslumbrado com o poder e est� fazendo acordos inaceit�veis que v�o contra a cartilha e o programa do PT (Partido dos Trabalhadores). Al�m do mais, a imprensa divulga not�cias alarmantes dando conta de que Lula estaria solicitando verbas do or�amento da Uni�o para efetuar gastos desnecess�rios com obras em sua resid�ncia oficial de Bras�lia. Ora, senhor presidente! O momento requer equil�brio, trabalho, seriedade e respeito ao povo brasileiro! E tem mais: vamos procurar viajar menos e governar mais o Brasil! A viol�ncia est� crescendo, o desemprego vai se expandindo, a fome aumenta, os pre�os dos alimentos come�am a disparar nos supermercados e a quantidade de crian�as, velhos, pedindo esmolas nas ruas, � algo assustador! Senhor presidente, vamos fazer como a Europa e os Estados Unidos, primeiramente, os filhos da terra, depois os estrangeiros. O que vale s�o os interesses nacionais, sem demagogia, sem a globaliza��o e sem a interfer�ncia do FMI. Vamos valorizar mais o produto Made In Brasil, senhor presidente!

* Paulo J. Rafael � jornalista, professor universit�rio e doutorando em Ci�ncias Pol�ticas e Administra��o P�blica pela AWU- American World University of Iowa, EUA.



Copyright � 2003, VOICE Luso Canadian Newspaper Ltd. First Luso Canadian Paper to Jump on the Net! For more information contact [email protected]
 
Toronto,
1/Dezembro/2003
Edi��o 807

ANO XXIII

   
   
    * Paulo J. Rafael
   Direto do Brasil
   

 

 

  Desenvolvimento - AW ART WORK