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NATAL...
NAQUELE TEMPO !

NAQUELE TEMPO...
Naquele tempo os dias eram mais pequenos por-que as noites eram mais escuras. Naquele tempo as noites eram sempre frias. Frias e negras.Negras como o breu. Naquele tempo, na aldeia,as noites de Natal eram muito frias la fora... mas la dentro,dentro de casa, havia calor,muito calor humano...e na cha-mine, repleta de lenha campestre arrebenhada durante o dia, na floresta circundante...e de muito AMOR,envolvente.
A luz do candeeiro, sem luz electrica para um aquecedor que esquentasse o chao frio de barro feito... a comemoracao do NATAL era uma festa de emo��o...de solidariedade sofrida...e de esperan�a.
E tamb�m de muito AMOR! Onde nao abundavam os recursos materiais, sobravam os sentimentos afectivos.
O dia a dia sofrido pela dureza do tempo e da quotidiana vida era substituido pelo calor humano colectivo dos que tambem, comungavam sofrimentos.
Era assim que se celebravam os Natais... naquele tempo...mais solidario!
Fritavam-se as rabanadas e as filhoses, feitas e amassadas durante o dia.
Comiam-se as broas de milho compradas na loja da terra.
Preparava-se a ceia da consoada, feita de bacalhau, batatas e hortalica do campo, plantadas a m�o e adubadas com o estrume dos animais caseiros...tenras e gostosas!!!
Era assim a noite da consoada...o Natal...na aldeia. Simples, t�o simples como comovente e afectiva... cheio de carinho, afecto e esperan�a...no outro dia. Depois vinham os presentes... laranjas, dios-piros, meias e lencos para os mais velhos, bonecas feitas de pano para as raparigas e bolas feitas de meias velhas para os rapazes e ...era a alegria partilhada... por todos... emocionada...diferente.
Sonhadoras tambem, aquelas noites de Natal na aldeia...frias no tempo, quentes na emo��o e afectividade.
Saudades dessas noites de Natal...ou dos que nos amavam e nos deixaram e tudo nos deram... das suas vidas.
N�o e este o Natal dos tempos de hoje. O Natal afectivo, fam�liar, solidario... crist�o!
O Natal de hoje e mais do que uma simples festividade religiosa, espiritual e crista. Transformou-se num acontecimento nacional, comercial.
Com efeito apesar de, oficialmente o Natal ser a celebra��o do nascimento de Cristo filho de Deus feito Homem, quase nada do que se faz hoje em dia, durante os festejos de Natal tem a menor liga��o com o Cristianismo e muito menos com a chegada do Menino Jesus. A excep��o das cerim�nias religiosas e as cenas da NATIVIDADE, quase todo o resto deriva de antigas praticas pagas ou e o resultado da moderna inovacao comercial.
...porque e que aquela mulher esta a comprar co-mida que da para um regimento ? ...que e que aquele homem esta a fazer, bulhando, para meter um pequeno pinheiro na bagageira do carro ?
...porque e que aquele casal vai a cambalear pela rua fora, segurando uma montanha de embrulhos ?
...quem e aquele homem vestido de vermelho e barba branca rodeado de tantas criancas ?
...porque se refor�a o n�mero de carteiros, nesta �poca, para entregar centenas de milh�es de cartoes, com desenhos de renas, pintarroxos na neve e ramos de azevinhos ?
Afinal o que esta a acontecer ?... e o Natal que se esta a aproximar !
As pessoas que est�o a preparar a celebra��o da maior festividade... o dia 25 de Dezembro... dia de Natal... instituido como o dia do nascimento do filho de Deus feito Homem, JESUS CRISTO !
E por isso que observamos pessoas que nunca entraram numa igreja em toda a sua vida adulta e que v�o nessa noite, ou no dia seguinte, a missa, sem questionar, nao tendo a menor ideia muitas vezes , porque o est�o a fazer nesse dia !... e tudo uma questao de tradi��o !!!
E por issso que as criancas manisfestam um sentimento de que existe qualquer de mistico no ar... neste tempo de Natal.
Ha festins de comidas e bebidas. Ha presentes abertos... e jogos para jogar. Ha uma s�rie de rituais para cumprir !
Porque e que ent�o, nos entregamos a todos esses costumes cada vez com mais intensidade ?... porque sabemos que se nao os cumprimos nao nos sentiremos a vontade, como se de alguma forma tives-semos deixado ficar mal, as pessoas. Este e o Natal de hoje... o Natal dos nossos dias. - Frenesim, burburinho nas lojas e centros comerciais... prendas, vestes, gastos... excessivos !!!... e o essencial ?
A espiritualidade transformada em actos concretos, perante Deus ( os que N'ele acreditam) e os Homens ?
Ir a missa no dia da consoada ?... Sim !... mas nos restantes dias ? - (contra mim falo)-.
Cumprimentar, saudar, ser afectivo, mostrar-se solid�rio com os amigos, vizinhos ou conhecidos, nessa noite, nesse dia ! Sim !... mas no tempo adiante e restante...?
Que contribui��o e participa��o, manisfestamos perante os outros e os problemas da comuni-dade, no dia a dia como crist�os que nos afirma-mos nesta data ?
Por isso continuo a sonhar diferente. Com o NATAL de todos os dias . Na aldeia, na cidade, numa comunidade, num pais... no Mundo ! Um NATAL traduzido. Onde as crian�as, todas as crian�as nascessem, crescessem e vivessem felizes... NATAL na inf�ncia, na adolesc�ncia , em adulto, na velhice... na Vida ! NATAL sem fome... sem frio... sem doen�a... sem Sida... NATAL sem desemprego... sem polui��o... sem destrui��o... NATAL sem terrorismo... sem guerras no MUNDO... NATAL todos os dias... com o Sol a brilhar... as criancas a brincar... e os passarinhos a chilrear... Um NATAL a imagem do seu progenitor... JESUS CRISTO !

FELIZ NATAL

Mano Belmonte-



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Toronto,
15/Dezembro/2003
Edi��o 809

ANO XXIII

   
   

 

 

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