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A HIST�RIA DE
S�O SEBASTI�O E A SUA FESTA



Imagem de S�o Sebasti�o no seu altar

Este graduado das hostes do Imp�rio Romano, de nome Sebasti�o, viveu entre o ano 245 e 287 e era natural da cidade de Narvonne (Fran�a). Em Mil�o, terra natal de sua m�e, que era fervorosa crist�, a� recebeu uma educa��o religiosa, que o conduziu a exemplo de sua m�e a uma conduta irrepreens�vel de fortaleza e piedade na f� crist�.
Quando atingiu a idade pr�pria, apresentou-se como volunt�rio nas Legi�es do Imperador, para ter uma melhor ocasi�o para amparar e socorrer os seus irm�os em Cristo que se encontravam nos calabou�os a expiar tal �crime�.
Por ser um jovem esbelto, prudente e bravo, tais atributos agradaram sobremaneira o Imperador Deocleciano, que o nomeou Comandante em Chefe da sua Guarda �Pretoriana�. Assim e usufruindo de tal posi��o de destaque, tornou-se um ac�rrimo benfeitor e defensor dos pobres crist�os encarcerados e quando tinha ocasi�o, visitava-os e amparava-os preparando-os para enfrentarem o mart�rio aqui na terra, para receberem a coroa da santidade no c�u.
Quando o Imperador teve conhecimento de que o �seu� Capit�o Comandante era crist�o, ficou de tal forma perplexo que o mandou chamar, para ouvir da sua boca toda a verdade, que n�o foi por Sebasti�o, salvaguardando contudo que por ser crist�o nunca tinha negligenciado os deveres para com o �seu� Imperador.
De imediato o �Senhor do Imp�rio Romano� procurou dissuadi-lo e aliciou-o inclusivamente para que renegasse a sua f�. Sebasti�o contrap�s com firmeza os pedidos do Imperador, que enraivecido mandou aos soldados que o amarrassem a uma �rvore fora da cidade e o trespassassem com setas. Ao verem-no desfalecido e exangue abandonaram o corpo que parecia j� cad�ver.
Mas os des�gnios de Deus eram outros e deu-se a coincid�ncia de algu�m o ter encontrado semi-morto. �� noite, Irene, mulher do m�rtir Castulo, foi com algumas amigas, ao lugar da execu��o, para tirar o corpo de Sebasti�o e dar-lhe condigna sepultura, mas encontraram-no ainda com vida. Irene levou-o para a sua resid�ncia, tratou-lhe das feridas profundas causadas pelas flechas e em pouco tempo estava o jovem completamente restabelecido. Imediatamente Sebasti�o apresentou-se na frente do Imperador e admoestou-o acusando-o de injusto e sanguin�rio. Mas � primeira vista o Imperador n�o o reconheceu e ao perguntar-lhe quem era, desabridamente ripostou:
"Sou Sebasti�o, e o facto de eu estar vivo, devia por si s� ser tomado em conta, porque � poderoso o Deus a quem adoro, e n�o fazes bem perseguir-lhe os seus servos". Enfurecido o Imperador ao ouvir tal resposta mandou aos soldados que o levassem para F�rum, para l�, na presen�a de todo o povo o matarem � paulada e com o arremesso de bolas de chumbo. Desta vez a sua resist�ncia terrena sucumbiu e para que os crist�os de Roma n�o o amortalhassem, dando-lhe sepultura condigna, arremessaram o cad�ver para o esgoto p�blico de Roma. Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas decorria o ano de 287. No ano de 680, os seus restos mortais, foram transladados para uma Bas�lica mandada construir propositadamente pelo Imperador Constantino e ainda hoje os mesmos l� se encontram.
Naquela ocasi�o, grassava em Roma uma terr�vel peste que vitimou muita gente. Entretanto, tal flagelo desapareceu a partir da hora em que se deu a translada��o das ossadas deste m�rtir, que � venerado como o padroeiro contra a peste, a fome e a guerra.
As cidades de Mil�o, em 1575 e de Lisboa, no ano de 1599, tamb�m foram acometidas por pestes epid�micas. Depois de actos p�blicos pedindo fervorosamente a intercess�o de S�o Sebasti�o, as ditas pestes desapareceram.. Valendo-me do livro �Figuras e Factos�, do escritor e historiador Picoense, Ermelindo �vila, refiro e transcrevo com a devida v�nia os seguintes par�grafos: �� muito antiga a devo��o que os Picoenses consagram ao m�rtir S�o Sebasti�o�.�J� anteriormente ao ano de 1592 havia uma ermida no lugar de S�o Sebasti�o-o-Velho, ao sa�nte do lugar da Almagreira , sub�rbio da Vila das Lajes do Pico, que possu�a confraria pr�pria para administra��o dos respectivos rendimentos�. �O visitador Jo�o Baptista do Amaral, que esteve na ermida no dia 29 de Novembro de 1709, deixou no �Livro das visitas Episcopais da Matriz da Sant�ssima Trindade� o seguinte despacho:�Visitei as ermidas de S�o Sebasti�o e de Santa Catarina, sufrag�neas a esta Matriz, ambas quase incapazes de nelas se celebrar, pela pobreza e n�o haver f�brica nas ditas ermidas, pelo que mando ao Revdo. Vig�rio recolha as Imagens a esta Matriz at� que se reparem do necess�rio e reparado o que fica � disposi��o e cuidado do Revdo. Vig�rio, tornar�o as imagens para as ditas Ermidas�. Devido ao avan�ado estado de degrada��o, a ermida antiga foi abandonada e em seu lugar foi edificada outra, noutro local, mais precisamente no lugar do Terreiro da Ribeira do Meio, sub�rbio da Vila das Lajes, que foi totalmente constru�da provavelmente nos finais do s�culo XIX a expensas dos seus fervorosos devotos.
O dia de S�o Sebasti�o � celebrado no calend�rio lit�rgico a 20 de Janeiro de cada ano, mas � tradi��o no Domingo seguinte realizar-se na Ermida da Ribeira do Meio a sua festa. Desde os meus sete anos que a recordo uma vez que foi naquele dia festivo que faleceu subitamente o meu Padrinho de Baptismo em circunst�ncias pouco comuns, vitimado por um ataque de cora��o fulminante, depois de comungar na missa matutina Dominical na Igreja de S�o Francisco que ao tempo servia de Igreja Matriz.
Logo que esteja presente, nunca falto � festa e lembro-me de cantarem na �capela� que era ao tempo regida por meu Pai e tinha ainda como organista o Sr. Chico Castro e como violinista minha m�e e como cantores os Srs.: Jos� Madruga �vila, Manuel Bettencourt dos Santos, seu irm�o Domingos, Jos� Faria, Antelmo da Rosa Santos, Cabo Avelino, Jos� de Brum (Carrachana), Jo�o de Brum da Silveira (Brasileiro) e Manuel Ant�nio Flores.
Era Zelador da Ermida o Sr. Manuel Rodrigues Quaresma (Importante), que no final da missa Cantada e na sua resid�ncia, proporcionava aos m�sicos um suculento jantar. Foi ainda no seu tempo que se procedeu � remodela��o do tecto e � pintura do altar, que foi executada pelo artista Manuel Madruga, de saudosa mem�ria. Tamb�m foi no tempo do Sr. Quaresma que foi constru�da a bancada.
O altar est� ornamentado com as est�tuas representativas de S�o Sebasti�o que tem ao seu lado direita a est�tua da Virgem aparecida em F�tima e do outro lado a de Santo Ant�o, que � o padroeiro da par�quia picoense da Ribeirinha. Depois da impossibilidade do Sr. Quaresma o povo da Ribeira do Meio tem dispensado especial carinho (j� antes tamb�m o fazia), � sua ermida e n�o devo deixar passar em claro os nomes de alguns paroquianos que ao longo dos anos tem auxiliado e cooperado com o seu esfor�o para que esta festa todos os anos se realize no tempo e no espa�o tradicional. Assim sendo menciono os nomes de Maria J�lia Brum, Laurentina Macedo, Maria Rosa dos Santos, Concei��o Quaresma, Paula Faria, F�tima Melo e a actual Zeladora Margarida Silveira (Brasileira) e muitas outras e outros que na sombra d�o o melhor de si pr�prios para o bem da comunidade.
Como � uma festa j� Centen�ria, ontem realizou-se a mesma com a solenidade de antanho. A missa foi celebrada pelo p�roco Revdo. Paulo Areias e cantada pelos elementos do Grupo Coral. Seguiu-se depois a prociss�o com a imagem do patrono S�o Sebasti�o, que teve a participa��o de muitos fieis, acompanhada que foi pelos acordes da Centen�ria Filarm�nica Liberdade Lajense. O arraial foi abrilhantado pelos acordes da mesma Liberdade Lajense e foram arrematadas muitas oferendas cujos proventos se destinaram � manuten��o e conserva��o da Ermida.


Capela de S. Sebasti�o, Ribeira do Meio

At� para a semana, se...Deus quiser!




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Toronto,
26/Janeiro/2004
Edi��o 814
ANO XXV

    Por: Paulo Lu�s �vila

 


 

 

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