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DIAS DE MELO


Os leitores deste espa�o, de certo que estar�o identificados com este nome. No entanto para aqueles que por acaso n�o o estejam, aqui fica hoje um apontamento escrito da homenagem que foi prestada ao homem do Pico, ao escritor, ao poeta, ao compositor, ao professor, ao baleeiro que � nem mais nem menos, Jos� Dias de Melo. O ser�o aconteceu na passada sexta-feira, no Audit�rio Municipal das Lajes do Pico. Ele teve naquele dia a consagra��o inequ�voca da sua obra, que lhe foi prestada por todo o p�blico que enchia aquele espa�o, que se tornou ex�guo para albergar tanta gente, que no final o abra�ou e felicitou. Tratava-se da estreia Universal do filme intitulado: "TOADAS DO MAR E DA TERRA", - Viagem ao Universo do Escritor Dias de Melo -, homenageando a sua vida e obra liter�ria.

Foi uma iniciativa conjunta, a realiza��o deste filme, entre a C�mara Municipal das Lajes do Pico e a RTP-A, que tamb�m se fez representar pelo seu actual Director Osvaldo Cabral, que no momento da sua interven��o disse nomeadamente: "� um grande prazer estarmos hoje aqui nas Lajes do Pico a assistirmos e para apresentar, a ante-estreia a n�vel Nacional e Mundial do filme produzido pela RTP-A, que a seguir todos os presentes v�o ter o privil�gio de ver, da vida e obra de Dias de Melo. � uma homenagem muito simples na comemora��o dos 50 anos do escritor. A C�mara Municipal apoiou a elabora��o deste document�rio, mas a RTP-A, est� aberta a todas as iniciativas que daqui das Lajes e do Pico, possam futuramente surgir. Dentro de poucas semanas vamos entregar a um correspondente aqui do Pico uma c�mara de filmar, que ser� um meio colocado ao alcance de todos os espectadores das outras Ilhas e desta, para visualizarem a divulga��o dos eventos a realizar nesta Ilha do Pico".

O Escritor falou a seguir e do seu discurso referimos estes par�grafos: "1944-2004: 60 anos: tantos quantos v�o do primeiro trabalho que publiquei num jornal - O Tel�grafo - at� ao ano que decorre. Em 1954, h� 50 anos, publiquei, em Ponta Delgada, edi��o do autor, o meu primeiro livro, Toadas do Mar e da Terra, dedicado � Mem�ria de minha M�e e com o posf�cio do Dr. Armando Cortes Rodrigues. Espero que tenha em breve nova edi��o. � costume marcar o in�cio da vida liter�ria de qualquer escritor a partir da publica��o do seu primeiro livro. No meu caso, ser� deitar para o lixo tudo o que escrevi antes, principalmente n'O Tel�grafo, um pouco no Correio da Horta, no Faial, e, depois, n'A Ilha e no A�ores, em Ponta Delgada? Sei que por esse tempo, muito antes de 1954, o suplemento cultural de um dos grandes �rg�os da Imprensa de Lisboa transcreveu, d'O Tel�grafo, um soneto meu. E j� agora, em 1964, h� 40 anos, saiu o livro Pedras Negras. Ainda quanto ao Pedras Negras. Houve quem sugerisse iniciarem-se, com o lan�amento da sua terceira edi��o em l�ngua Portuguesa, na Bertrand, em Ponta Delgada, nos finais do ano passado, as comemora��es do meu meio s�culo de vida liter�ria. N�o! Iniciam-se hoje, aqui, nesta parcela da minha Terra, a vila das Lajes, capital do meu concelho.


Sid�nio a declamar o poema Ang�stia

Com esta ante-estreia deste document�rio, iniciativa e concep��o do Jos� Medeiros, e realiza��o e trabalho dele e da sua competent�ssima equipa t�cnica, com o apoio do antigo director da RTP-A, Ant�nio Fragoso e do actual, Osvaldo Cabral que, ao que me dizem, se n�o esquece de ter sido meu aluno no antigo Ciclo Preparat�rio, e com a participa��o de quantos, e foram muitos, a pedido do Zeca, com ele colaboraram: Amaro Matos, Angela Almeida, Carlos Matos, Padre Dr. Manuel Ant�nio, M�rio Fray�o, Tom�s Vieira, outros de que ignoro o nome. Falta o grande amigo Emanuel F�lix: apenas porque lhe n�o apareceu, porqu� l� ele saber�, o jornalista terceirense da RTP-A a quem o Jos� Medeiros pedira que o entrevistasse para o efeito". Tamb�m agradeceu na pessoa da Presidente da C�mara, Sara Santos a ela e a todos os funcion�rios que prepararam tudo para que acontecesse tudo como aconteceu. Referindo-se a terminar ao cantor Fernando Tordo disse: "Um encontro telef�nico. Uma breve conversa de amigos. Um a querer saber do outro. Digo-lhe isto que, um dia n�o muito distante, aqui aconteceria. E ele: que quer, nesse dia, aqui estar comigo. Que, em estando tudo acertado, que lhe comunicasse, com boa anteced�ncia, para que tivesse tempo de ordenar as coisas de modo a poder fazer a viagem. E aqui o temos. E aqui o tenho.


Manuel Costa a declamar o poema Inspira��o

Com que sacrif�cios s� ele o sabe". Intervieram ainda e em tempo apropriado respectivamente Manuel Francisco Costa J�nior (Director do Museu dos Baleeiros) e Sid�nio Bettencourt (futuro apresentador do Programa da RTP-A, Atl�ntida ), para declamarem dois sonetos da autoria do homenageado, o primeiro intitulado Inspira��o publicado no dia 20-12-1944, n'O Tel�grafo e o segundo Ang�stia inserto no livro Toadas do Mar e da Terra, em 8-4-2022 (h� 50 anos). Depois das palavras sentidas e comovidas de Dias de Melo, o m�sico e compositor Fernando Tordo, tomou a palavra para destacar que era um grande prazer estar presente no dia em que era homenageado o amigo e o homem Dias de Melo e a terminar leu um recado dum amigo comum Nuno Gomes dos Santos e que rezava assim: "Para Dias de Melo, no dia em que as imagens consagram a vida de tantas dezenas de anos a dar-nos palavras comprometidas.

S�bias e com a cor da ternura, com que se decifra o que de melhor h� nos homens, sem esquecer a den�ncia de coisas feias e sempre com a postura vertical de ser sol de Abril, na escrita, na postura, no l�mpido olhar com que, olhando para mim me abra�a, no olhar que tentando imit�-lo com ele, abra�a o futuro". Antes de visualizarmos o filme, Zeca Medeiros, o seu realizador e grande impulsionador desta obra disse:"Neste document�rio de 70 minutos n�o cabem nem a vida nem a obra de Dias de Melo. Muitos textos ficaram por dizer, muitas can��es ficaram por cantar. Isto � uma homenagem da RTP-A e de mim pr�prio a Dias de Melo".


Crist�v�o de Aguiar e Fernando Tordo

E referindo-me ao filme-document�rio anoto que para al�m da qualidade da imagem, dos quadros da ca�a � baleia, das interven��es dos entrevistados, duas frases houve que me ficaram na mem�ria. A primeira da escritora Micaelense, Nat�lia Correia, que disse a prop�sito do escritor ora homenageado: "Dias de Melo � o mais s�rio escritor da l�ngua Portuguesa". A outra foi proferida pelo antigo baleeiro e seu cunhado Manuel Faidoca, que ao referir-se ao mar disse: "O mar � uma coisa muito boa, mas � preciso ter respeito por ele! Ele �s vezes � muito trai�oeiro".


Zeca Medeiros

Dias de Melo � o escritor do mar e dos mist�rios que encerra.
Que continue produzindo e recreando, como ele t�o bem sabe, escritos para esta e para as gera��es vindouras. Daqui lhe envio um forte abra�o � moda do Pico.

At� para a semana, se...Deus quiser!




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Toronto,
9/Fevereiro/2004
Edi��o 816
ANO XXV

    Por: Paulo Lu�s �vila

 


 

 

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