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UM PASSEIO DEBAIXO DE CHUVA


De certo que os leitores que l�em estes meus rabisco j� se aperceberam do cunho pessoal que dou aos meus escritos. Por isso pe�o as minhas desculpas, se �s vezes sou demasiado ma�udo com certas hist�rias ou factos que sempre acontecem nesta terra da coisa rara. Cada um tem a sua maneira de se exprimir e esta � a minha, talvez pouco burilada e por vezes algo contundente. Mas..."posto isto e os actos", passemos a dissertar sobre o assunto de hoje.

Na passada quarta-feira, fui cumprir uma promessa feita na semana anterior ao Rod e � esposa a Concei��o Domingos, que est�o de visita vindos da cidade de Modesto da Calif�rnia, uma parente alongada, que est� a assistir nas Lajes em casa do irm�o Ant�nio Domingos �vila (Ritinha) e que veio fundamentalmente passar uns meses com a m�e Maria Luc�lia, que se encontra acamada. Ao entrar no restaurante, que tem o mesmo apelido do propriet�rio o acima citado Ant�nio Domingos, logo me acolheu com o seu sorriso prazenteiro e com a sua sinceridade de antigo baleeiro, dizendo-me de chofre que a irm�, a Concei��o, tinha deslocado um bra�o e que n�o podia articul�-lo tais eram as dores. Fiquei deveras preocupado com a not�cia, para mais vendo-a com um ar t�o sofredor.

Foi aventada a hip�tese, j� que �amos sair, se poderia passar por Santo Amaro para ir a casa do mestre Carlos Fel�cio, a quem j� dediquei tamb�m uma cr�nica e que � um dos mais afamados "endireitas", dos A�ores. Para prevenir eventuais desencontros telefonaram para saber se o mestre Carlos estava em casa e se poderia atend�-la. A resposta foi favor�vel e l� seguimos viagem. O passeio combinado era dar um passeio tur�stico, mas transformou-se � partida num passeio com um destino definido e...doloroso. Para n�o seguir viagem pela Transversal, uma vez que a estrada mais parece uma picada e os movimentos bruscos do meu "boguinhas", que foi bom no s�culo passado nos anos 86 e 87, poderiam causar inc�modo doloroso � minha parente, seguimos sempre na Estrada Regional rumo � Madalena, porque a estrada est� com um pavimento novo e deslizante, apesar do percurso ser a dobrar, mas naquele caso at� compensava. A conversa, que sempre a h� nestas ocasi�es, focou diversos assuntos uma vezes na l�ngua de Cam�es e outras na l�ngua de Shakespeare, para melhor entender o Rod que n�o percebe patavina de Portugu�s.

Fomos por baixo pela Areia Larga, mas j� chovia, o que n�o aconteceu quando sa�mos das Lajes. Pass�mos pelo centro da Vila e rum�mos na direc��o de S�o Roque do Pico. Sabia que havia uma exposi��o de trabalhos no Centro Multim�dia, mas antes de l� entrarmos fui mostrar-lhes o magn�fico Jardim Municipal e s� ent�o e sempre a p� apesar do vento agreste que se fazia sentir, (est�vamos no lado Norte da Ilha), fomos em demanda do acima citado Centro.

� entrada acolheu-nos uma simp�tica senhora de nome Ana Maria Andrade, que se disp�s a mostrar-nos todo o recinto e facultou-nos uma visita guiada � Exposi��o, apesar de estar encerrada, pois o hor�rio de abertura ao p�blico era a partir das dezassete horas e quando l� cheg�mos ainda n�o eram quinze horas. Os trabalhos expostos nesta mostra, s�o muito variados e englobam a Moldagem em Estanho, a Pintura a �leo, a Pintura em Marfinite, a Pintura a tr�s Dimens�es, a T�cnica do Envelhecimento da Madeira e a T�cnica do Guardanapo de Papel e s�o duma beleza tal que n�o fic�mos indiferentes, uma vez que os apreci�mos demoradamente. A formadora do Curso, Rita Coelho, � especialista em artes decorativas e cada curso tem uma dura��o de uma semana. Concorreram indiv�duos dos dois sexos num total de duas dezenas de participantes. Depois da visita e sempre na Estrada Regional l� seguimos rumo a Santo Amaro. Par�mos como o combinado na casa do Mestre Carlos Fel�cio, que nos atendeu bem como � paciente, com a cortesia pr�pria dum profissional.

A demora n�o foi muita, mas as melhoras parece que ainda foram mais r�pidas, uma vez que j� saiu com o bra�o a fazer movimentos circulares, bem como o pesco�o, que nem sequer podia torcer para o lado. O sorriso substitui o esgar de sofrimento que trazia estampado no rosto durante a viagem. A seguir fiz ent�o uma paragem na Escola de Artesanato de Santo Amaro, de renome mundial, mas infelizmente agora votada ao ostracismo, uma vez que o Governo ignorou-a e pior do que isso o �ltimo Curso ministrado pelas monitoras, as g�meas Alzira e Concei��o, foi feito a expensas pr�prias, tendo sido pago atrav�s de um empr�stimo banc�rio.

L� nos demor�mos a apreciar os trabalhos em escamas de peixe e em papiro e as bruxas, feitas de pano, tamb�m chamaram a aten��o dos meus parceiros de jornada. Dali partimos rumo �s Lajes, porque nem sequer se via a Ilha em frente, a de S�o Jorge porque o tampo estava muito enevoado e a chuva ca�a com alguma intensidade. Foi pena os objectivos n�o terem sido concretizados, mas os imprevistos sempre acontecem e doutra vez ser� muito melhor, porque o tempo de certeza ser� o nosso melhor guia. � que um passeio � chuva tem destes imponder�veis, para mais tendo sido antecipadamente programado. S�o as conting�ncias de quem vive em Ilhas. Mas os antigos diziam e � com este prov�rbio que termino: "Viagem chuvosa � venturosa".


Artesanato - Alzira e uma aluna


Escola de Artesanato - Escama dePeixe


Trabalhos em estanho


T�cnica das tr�s dimens�es

At� para a semana, se...Deus quiser!




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Toronto,
15/Mar�o/2004
Edi��o 821
ANO XXV

    Por: Paulo Lu�s �vila

 


 

 

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