Depois de ajudar o pai a ordenhar as vacas, rapariga acaba enforcada no terreno anexo � sua casa Sem raz�o aparente, uma rapariga de 14 anos p�s anteontem � noite fim � vida, ao enforcar-se numa �rvore do terreno anexo � sua moradia, na freguesia da Ribeirinha.
O que tudo indica ser um suic�dio em circunst�ncias muito estranhas ocorreu no lugar das Gramas, quando a jovem estava de regresso a casa ap�s ajudar o pai a tirar leite �s vacas. Uma opera��o que faziam naquele pr�dio antes do posto de recolha fechar, �s 19 horas. � a seguir � sa�da do pai, em direc��o ao posto, que se d� o pior. Nessa altura a m�e, preocupada com a demora, manda a sua outra filha procurar a irm� (s�o ambas g�meas). Veio a encontr�-la pendurada numa �rvore de incensos com uma corda ao pesco�o, ainda com sinais de vida. O alarme ecoa junto da m�e, de vizinhos, que inclusive tentaram uma ac��o de primeiros socorros, mas tarde de mais. A jovem acabaria por falecer pouco depois, por motivos que ningu�m sabe. O que conhecem dela - e isto � sobretudo enfatizado pelo tio - � que se tratava de uma mo�a din�mica, cheia de vida e for�a, que arrega�ava frequentemente as mangas em aux�lio do pai, propriet�rio de uma explora��o agropecu�ria. Tamb�m frequentava o 8� ano de escolaridade na Secund�ria da Ribeira Grande, onde ter� chegado sempre sem chumbar. Nasceu no Canad�, vindo para S�o Miguel com apenas 2 anos.
A not�cia desta morte abalou fortemente as Gramas, uma aldeia adormecida no tempo a escassos quil�metros da cidade da Ribeira Grande. A pequena comunidade, com cento e tal habitantes, nem queria acreditar no que aconteceu a um dos seus membros queridos. Quando a nossa reportagem se deslocou ao local, a poucos minutos do corpo regressar da aut�psia, algumas pessoas juntavam-se em pequenos grupos comentando a trag�dia, antes de rumarem � ermida para velar a jovem. Ali�s, a sinistra ocorr�ncia dominou diversas conversas de caf�, que se iam propagando desde o centro da freguesia.
Afinal, segundo os relatos, a mi�da parecia levar uma vida normal dentro de portas, sem desvios comportamentais (embora de trabalho, a que ela pr�pria se habilitava), e na escola afinava pelo mesmo diapas�o. Portanto, um suic�dio envolto em mist�rio que o psiquiatra Paz Ferreira tenta desvendar, em declara��es � Radio A�ores/TSF, associando-a a um poss�vel estado de depress�o.
O m�dico considera invulgar a morte por enforcamento em pessoas com idades at� 18 anos, sendo mais habitual por intoxica��o. Na sua opini�o, embora nos A�ores n�o haja ainda conclus�es cient�ficas sobre esta mat�ria, o facto � que existem estudos internacionais que revelam que 20 por cento dos jovens j� ter�o sofrido depress�o moderada ou mesmo grave, que pode alimentar a ideia de suic�dio. A demonstr�-lo a� est� o maior n�mero de casos que, por exemplo, Paz Ferreira e outros psiquiatras acompanham de jovens depressivos. Um estado que na adolesc�ncia e juventude � de dif�cil diagn�stico.