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O PORTO QUE FOI PORTO,
O BARCO QUE ERA BARCO E...
AS BALEIAS?!

Devido ao mau estado do mar, a ponta da doca do Porto de S�o Roque, mais uma vez desapareceu pelo mar abaixo. Situa��o id�ntica tinha acontecido h� cerca de quatro meses e a partir dessa altura as obras daquela infra-estrutura, realizavam-se talvez, n�o com a solidez e cuidado devidos. � que para se trabalhar lan�ando alicerces a 60 metros de profundidade e com o mar aberto como o � o daquele Porto, h� muito que se havia de ter arrepiado caminho. Ningu�m teve ainda a coragem para dizer que nos A�ores todos os Portos s�o virados a Sul devido aos ventos dominantes e que aquele nosso Porto � nascen�a estava condenado. Mas quizemos ter tr�s Portos e nenhum ficou nas devidas condi��es, apenas salvaguardando o da Madalena. Ao fim e ao resto e mais uma vez quem paga a conta � o povo do Pico.

Todos conhecemos a for�a das mar�s e ent�o com ondas entre os sete e os dez metros todos os respons�veis por estas obras j� deveriam de estar de sobreaviso para que este estado de coisas n�o acontecesse. A destrui��o de parte do cabe�o da Ponta do Cais que n�o era para demolir, desaparecendo como foi o caso, vai encarecer a obra e os Picoenses mais uma vez v�o ver o seu porto Comercial muito condicionado. N�o tem sido raras as vezes as que por causa da inoperacionalidade do Porto de S�o Roque as mercadorias que para aquele Porto eram e s�o destinadas, voltam de novo para Ponta Delgada para aguardar melhoria de tempo para serem de novo desembarcadas e neste via e vem gastam-se dias e rios de dinheiro e o porto da Horta, ali ao p� e os barcos de cabotagem, sempre a atravessar o Canal.

Talvez por isso � que o navio de passageiros Endeavour, escalou o Porto das Lajes do Pico no passado dia 8 de Maio, com turistas Norte Americanos. Na pen�ltima cr�nica que escrevemos acerca desta oportunidade que julg�vamos perdida, afinal o mal dos outros (S�o Roque), veio beneficiar os Lajenses. � que neste mesmo dia da visita do navio �s Lajes, coincidiu com o �ltimo dia dos quatro dias, (5 a 8 de Maio), em que decorria a III Bienal das Baleias dos A�ores. Para as Lajes convergiram especialistas nacionais e internacionais que neste terceiro encontro debateram (?) o estado de conserva��o das v�rias esp�cies de cet�ceos.

Foi as Lajes durante muitos anos, quase um s�culo o ponto principal da ca�a � baleia, extinta que foi esta actividade na d�cada de 80 do s�culo passado. Aproveitando tamb�m este evento foram apresentados v�rios projectos relacionados com a investiga��o e monitoriza��o de cet�ceos tais como orcas e golfinhos. Tamb�m a observa��o tur�stica de cet�ceos "whale watching" foi outro e talvez um dos principais temas em an�lise, tendo em conta que os A�ores e principalmente o Sul do Pico, neste caso as Lajes, j� s�o considerados "um destino obrigat�rio" para o desenvolvimento desta actividade que agora � tur�stica.

Recentemente, o parlamento a�oriano aprovou legisla��o para disciplinar a actividade e proteger as esp�cies a observar, tendo em conta o crescente n�mero de operadores que apareceram nas ilhas nos �ltimos anos. A Associa��o de Turismo dos A�ores, foi a promotora tendo colaborado a Secretaria da Economia e C�mara Municipal das Lajes. As visitas guiadas e uma regata � vela em botes baleeiros, foram uma das atrac��es da Bienal e dos turistas americanos, tendo alguns deles participado na regata.

Tudo se conjugou para que turistas e congressistas usufru�ssem das actividades l�dicas que se desenvolveram � volta destes dois acontecimentos. Salientamos o exibi��o do Rancho Folcl�rico de S�o Jo�o, uma exposi��o internacional de fotografias sobre cet�ceos dos artistas Ralf Kiefner, G�rard Soury, Lu�s Quinta e Takako Uno, para al�m do concurso de fotografia subordinado ao tema "Golfinhos e Baleias dos A�ores" promovido pelo munic�pio anfitri�o e que tinha como pr�mios pecuni�rios, respectivamente 500, 300 e 200 euros, para o primeiro, segundo e terceiro classificados.

Mas enquanto os turistas se divertiam, por outro lado tr�s pescadores passavam as "passas do Algarve", todos molhados e assustados � espera de quem os socorresse. A hist�ria desta aventura come�a no dia 7 de Maio p. p., quando do Porto de Santa Cruz das Ribeiras, saem para a faina da pesca no barco a motor "Rufe", o Jos� Carlos Silva, dono e mestre da embarca��o, o Rui Silva e o Aguinaldo Silva. Dirigiram-se para o banco de pesca a umas 25 milhas da costa do Pico e como presen�a tinham apenas a Ilha de S�o Jorge e a Ilha Terceira. De madrugada foram abalroados pelo Endeavour, o acima mencionado navio que ancorou no Porto das Lajes no dia 8, dia �ltimo da Bienal das Baleias, da� o t�tulo desta cr�nica. Como era de noite e talvez levados pelo cansa�o da faina, os pescadores estavam dormindo e s� se aperceberam da trag�dia, segundos antes, sem poderem esbo�ar a m�nima reac��o.

O certo � que quando o navio ancorou no Porto das Lajes, algu�m chamou a aten��o para um sulco existente no custado do paquete, mas n�o foi dada a m�nima import�ncia, desconhecendo-se que entretanto tr�s homens lutavam pela sua sobreviv�ncia em alto mar. Os infortunados pescadores, estiveram depois do desastre 28 horas e trinta minutos, � espera que a Provid�ncia se encarregasse de os socorrer. Assim aconteceu e o barco de pesca "Ribeira Quente" recolheu os n�ufragos e transportou-os at� ao Porto de Santa Cruz e dali foram conduzidos para o Centro de Sa�de das Lajes. Foram socorridos de imediato e felizmente que j� todos regressaram �s suas resid�ncias. O pior ser� depois quando se apurarem responsabilidades, porque � sempre o mais pequeno que sofre e uma coisa � certa, o Jos� Carlos nunca mais poder� reaver o seu barco "Rufe", porque jaze nas profundezas do Oceano. Muita especula��o se far� � volta deste caso, mais um para ensombrar e preencher a nossa hist�ria tr�gico-mar

At� para a semana, se...Deus quiser!




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Toronto,
17/maio/2004
Edi��o 830
ANO XXV

    Por: Paulo Lu�s �vila

 


 

 

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